Ontem mesmo quis
Saber do mar
Por que a maré sobe?
Por que as ondas quebram?
Ontem mesmo quis
Aprender a nadar
Sem boia, nem colete
Tijolo amarrado no pé
Não vai dar
Pra nadar
Flutuar ou surfar
Afundar?
Mergulhar?
Pode ser
Nenhuma rede vai pescar
Você
Lá no fundo, não tem chão
O silêncio e a escuridão
Lá no fundo, não enxergo
Qualquer caminho é sempre incerto
Lá no fundo, não tem chão
O silêncio e a escuridão
Lá no fundo
Hoje o mar me diz
Que quer saber de mim
Por que estou cansado?
Por que sempre me apresso?
Hoje o mar me diz
Para eu me segurar
Entender o movimento
O balanço de andar com fé
Pra sacar
O momento
Respirar e entender
O meu tempo
Captar
Escrever
Lembrar a Lua quando o Sol
Nascer
No escuro tudo em vão
Da caminhada, nasce a canção
No escuro do deserto
Das estrelas, me sinto perto
No escuro tudo em vão
Da caminhada, nasce a canção
No escuro
Saber do mar
Saber de mim
De repente, o mar uma ponte que ligava o passado e o presente
E lado a lado, o mar uma ponte que liga o presente e o passado
O presente e o passado, o passado e o presente
De repente, lado a lado, lado a lado e de repente
O mar, uma eterna ponte, que liga
O presente ao passado
O passado ao presente
Ontem mesmo quis
Saber do mar